Texto de Raquel de Mello Oliveira
Hoje em dia o stress acomete milhares de pessoas e não escolhe sexo, profissão, idade, escolaridade ou status social, entretanto poucos conhecem a fundo este “acompanhante” tão freqüente. A primeira notícia que pode surpreender algumas pessoas é que o stress não é uma doença e a segunda é que um pouco de stress é necessário para sobrevivência de todos nós.
O stress é um processo que engloba a neuropsicofisiologia do ser humano. Isso quer dizer simplesmente, que há uma interação entre fatores neurológicos, fisiológicos e psicológicos. Ele é gerado por qualquer situação que afete o equilíbrio do organismo, gerando desconforto em algum desses fatores. Situações difíceis, que irrite, amedronte, ou até mesmo faça a pessoa imensamente feliz podem causar stress. (Lipp & Malagris,1995, Lipp & Malagris, 2001). Isso mesmo, situações como ganhar na loteria também podem deixar as pessoas com stress, pois causam mudanças no equilíbrio do organismo.
Como disse anteriormente, o stress é um processo, e este processo é composto por fases, mais precisamente quatro. A primeira fase do stress, a fase de alerta, caracteriza-se pela preparação do organismo para a reação de luta e fuga, fundamental para a preservação da vida. Se o estressor persiste, inicia-se a fase de resistência, que se caracteriza pela tentativa do organismo adaptar-se, tendendo a procurar o equilíbrio interno. Caso não haja estratégias para lidar com o stress, o organismo exaure sua reserva de energia adaptativa e inicia-se a fase de quase-exaustão. A fase de exaustão vem seguida desta última, onde doenças mais sérias começam a aparecer e a pessoa não mais funciona adequadamente, geralmente não mais conseguindo trabalhar ou se concentrar. Há um aumento da exaustão psicológica em forma de depressão e exaustão física em forma de doenças, que podem culminar na morte do indivíduo (Lipp & Malagris, 2001).
Muitas alterações fisiológicas e psicológicas podem ocorrer como decorrência do processo de stress. Estas alterações podem influenciar na vida social, profissional e familiar de um indivíduo, havendo necessidade do manejo do stress visando a qualidade de vida e o bem-estar físico e psicossocial. Lipp (2000) propõe quatro pilares que devem ser fortalecidos para um bom manejo do stress, objetivando proporcionar alterações no estilo de vida. São eles: alimentação, relaxamento, exercício físico e cuidados com os aspectos psicológicos através de terapia.
O exercício físico traz benefícios no controle do stress, entretanto, quem o pratica com fins competitivos podem experimentar em algumas fases da vida o stress competitivo. Inúmeros, são os fatores que podem causar stress nos atletas, tantos que não caberiam aqui, o mais importante é destacar que a reação de stress dependerá das inter-relações entre o fator estressor, a avaliação cognitiva e a reação de stress. Pensamentos negativos, por exemplo, durante uma competição podem gerar ansiedade e influenciar na atenção, pois fazem com que os atletas focalizem em estímulos inadequados: preocupando-se com a preocupação. Influenciam ainda na coordenação e até na tensão muscular do atleta (Weinberg & Gould, 2001). Ratificando o que foi dito no início do texto: o stress afeta e é afetado por fatores fisiológicos, por isso os psicólogos do esporte devem estar atentos para o nível de stress de seus atletas, a fim de garantir não só a excelência no rendimento, mas também a sua saúde.
Referências
Lipp, M.E.N. (2000). Manual do inventário de sintomas de stress de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Lipp, M.E.N. e Malagris, N.E.M.(1995) Manejo do estresse. In: Rangé, B. (Org.). Psicoterapia comportamental e cognitiva. Pesquisa, prática, aplicações e problemas. (pp. 279-292). Campinas, SP: Ed. Psy II.
Lipp, M.E.N. e Malagris, N.E.M.(2001) O stress emocional e seu tratamento. In: Rangé, B. (Org.). Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais. Um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed Editora.
Weinberg R.; Gould D.(2001) Fundamentos da psicologia do Esporte e do Exercício. Porto Alegre: Artmed.
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