Uma equipe se vê diante de um resultado adverso, a equipe adversária se apresenta de forma agressiva causando faltas desleais, um atleta é expulso com um acesso de raiva. Nesta Copa do Mundo, estes foram exemplos do que pode acontecer dentro do campo de futebol, caso os jogadores não conheçam técnicas ou estratégias de enfrentamento dentro de situações adversas.
A Terapia Cognitvo-Comportamental (TCC), através inicialmente de Aaron e Judith Beck, propõe várias estratégias que podem combater os comportamentos ruins, num primeiro momento, e alterar os pensamentos indesejados durante sintomas psicopatológicos de ansiedade e estresse. Podemos, portanto, generalizar este conhecimento para o esporte e compreender, como um atleta que se vê ou se sente em uma situação adversa, deve agir.
O jogador sofre uma falta desleal e precisa se defender de uma ameaça real de lesão. O árbitro pode, ou não, penalizar o atleta desleal, contudo, caso não aconteça, o revide não é o comportamento mais indicado. Como o objetivo do esporte é a sua prática, a falta de fair play de um lado deve ser um incentivo ao outro para se comportar ainda melhor. Portanto, se o atleta se vê em uma situação de estresse, ele deve combater seus comportamentos impulsivos de raiva e descontentamento, concentrando-se em sua respiração e buscando esquecer o que acabara de ocorrer. A respiração controlada pode diminuir a resposta do sistema nervoso simpático e reduzir a ativação emocional gerando sensação de tranquilidade, pois só tranqüilos conseguimos pensar corretamente de que modo devemos agir em seguida.
O placar é adverso e o atleta começa a ver o tempo passar, sem ter uma evidência nítida da possibilidade de virar o jogo. Claramente é uma situação que gera ansiedade para nós: pobres mortais, contudo um atleta profissional não pode ver nesta situação um estímulo ansiogênico, mas a possibilidade de se mostrar um profissional ainda mais capaz. Mas como pensar de modo tão funcional com tantos problemas à frente? Novamente as técnicas da TCC nos ajudam. A reestruturação cognitiva é a técnica de se questionar sobre pensamentos ruins, ou disfuncionais, e transformá-los, gradativamente, em pensamentos funcionais ou positivos. Uma vez controlada a ansiedade através da respiração, devemos nos questionar da utilidade de pensar negativamente. O pensamento positivo gera esperança e a possibilidade de continuarmos lutando com tranquilidade; pensamentos disfuncionais são responsáveis por aumentar a ansiedade, enquanto funcionais a diminuem, melhorando a performance. Com isso, é possível manter o foco atencional exclusivamente no jogo, sem o medo de errar e sem a inquietação causada pela ansiedade.
Resumindo, se o atleta estiver nervoso com qualquer situação, ele deve primeiro: respirar, controlar sua fisiologia - e depois pensar de forma positiva: que vai conseguir atingir seu objetivo de forma honesta e leal, dentro do fair play. Deste modo, com base em duas técnicas simples da TCC, podemos imaginar que um jogador de futebol é capaz de trazer à racionalidade e ao controle emocional um esporte tão passional, basta praticar!
Um comentário:
O nosso ex-técnico (Dunga), assim como alguns treinadores nacionais, não dão crédito à nossa psicologia. Por uma infelicidade do "acaso" nossa seleção sofreu do que necessitava em sua estrutura e que foi negada por uma escolha.
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