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Com mais de duas décadas de prática ininterrupta, o serviço de Psicologia do Clube de Regatas do Flamengo é um dos mais tradicionais do Brasil no trabalho psicológico com atletas de futebol. Ao longo dessa jornada, vem contribuindo efetivamente na formação de vários jogadores de destaque no futebol nacional e internacional. O trabalho dos psicólogos e estagiários de psicologia oferece acompanhamento e preparação psicológica a todas categorias do futebol, desde o mirim até o profissional. Há algum tempo também funciona no futsal, da categoria infantil até o adulto. O Serviço de Psicologia do Flamengo atende hoje a psicólogos e estudantes de psicologia do Brasil inteiro com instruções, referências e consultoria no trato desta área apaixonante. Aqui nesse espaço virtual você encontrará textos, artigos, notícias, blibliografia,dicas e reflexões, tudo para ajudar a psicologia do esporte nacional a alcançar o patamar que merece junto às ciências do esporte

Polêmicas com jogadores brasileiros


Texto de Erick Conde
Polêmicas, agressões, festas, bebedeiras, prostitutas, travestis e escândalos. Não é raro nos depararmos com notícias sobre o envolvimento de jogadores brasileiros em situações complicadas. Geralmente, quando eclode alguma dessas situações na mídia, as notícias percorrem o mundo em uma fração de segundos denegrindo a imagem do jogador, gerando protestos da torcida, afetando as relações profissionais na instituição esportiva e servindo como prato cheio a críticos e comentaristas esportivos. As perguntas são muitas mas uma das principais, aparentemente, não tem resposta: porque um jogador que pode ter tudo o que quer (ou quase tudo) se envolve nesse tipo de confusão? Ronaldo, Adriano e mais recentemente, o Robinho (acusado e ouvido por agressão sexual). Jogadores que moram em mansões, recebem salários de milhões de dólares, possuem um grande status e são referência no futebol mundial. A psicologia do esporte, enquanto uma ciência dedicada ao estudo de comportamentos e sentimentos no contexto esportivo, mesmo sem possuir as respostas, pode ao menos fazer algumas considerações sobre o que pode estar correlacionado com tais atitudes amplamente recriminadas. São elas:
1) O processo pelo qual muitos jogadores se desenvolvem no contexto esportivo nacional e atual apresenta falhas. Tais falhas se devem à falta de organização, estruturação e planejamento, onde as instituições pouco se importam ou desconhecem as conseqüências emocionais que algumas mudanças abruptas podem gerar na vida do atleta. Imaginem uma pessoa que abandona seu lar para treinar em um time de futebol e, além da distância da família, passa por dificuldades financeiras e estruturais no seu ambiente de trabalho durante muitos anos de sua vida. Consideremos que isso tudo ocorre em uma fase crítica do desenvolvimento intelectual: a adolescência. Repentinamente o talento desse jovem atleta é descoberto e hipervalorizado. Então, o menino dependente, que nada podia sem recursos, agora detém muito poder e muito dinheiro, sem falar no status e na repercussão do seu nome na mídia. Com carro do ano, mulheres interessadas e interessantes, convites para festas e eventos nobres. Não acontece com todos, mas podemos perceber que, nesse contexto, é possível que comportamentos e emoções disfuncionais apareçam diante de algumas situações, dentre elas: carência afetiva (principalmente quando o jogador atua longe da família), solidão, quadros de lesão, pressões, insatisfações, problemas de relacionamento afetivo, entre outras;
2) Existem muitas pessoas que querem se beneficiar do status e do dinheiro que o jogador possui, dentre elas encontramos mulheres, prostitutas, travestis, amigos (da onça), empresários e paparazzes.
3) O processo de transição para uma vida melhor (da pobreza à riqueza, do Brasil ao mundo) pouquíssimas vezes é acompanhado por um profissional da psicologia. Isso se deve ao fato de associarem a figura do psicólogo a um equalizador de problemas e assim, como tal mudança é considerada muito positiva, não existe a necessidade de “se tratar” com um psicólogo, afinal de contas a auto-estima não poderia estar melhor. Isso é muito importante e complicado.
Com todo esse quadro desfavorável, precisamos repensar (atletas, dirigentes, psicólogos, torcedores e repórteres) atitudes e estratégias, para que esses e outros atletas “pratas da casa” possam ser inseridos de forma mais saudável e justa nesse mercado do futebol que, por vezes, atua sem alguns escrúpulos.

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