Flamengo Campeão

BEM VINDO AO PRINCIPAL PORTAL DA PSICOLOGIA DO ESPORTE NO BRASIL

Com mais de duas décadas de prática ininterrupta, o serviço de Psicologia do Clube de Regatas do Flamengo é um dos mais tradicionais do Brasil no trabalho psicológico com atletas de futebol. Ao longo dessa jornada, vem contribuindo efetivamente na formação de vários jogadores de destaque no futebol nacional e internacional. O trabalho dos psicólogos e estagiários de psicologia oferece acompanhamento e preparação psicológica a todas categorias do futebol, desde o mirim até o profissional. Há algum tempo também funciona no futsal, da categoria infantil até o adulto. O Serviço de Psicologia do Flamengo atende hoje a psicólogos e estudantes de psicologia do Brasil inteiro com instruções, referências e consultoria no trato desta área apaixonante. Aqui nesse espaço virtual você encontrará textos, artigos, notícias, blibliografia,dicas e reflexões, tudo para ajudar a psicologia do esporte nacional a alcançar o patamar que merece junto às ciências do esporte

Liderança em Equipes Esportivas

por Daniele Muniz de Lima



O esporte contemporâneo transformou-se em um grande espetáculo. Um dos mais rentáveis do planeta. Para tanto, milhares de pessoas trabalham arduamente para oferecer ao grande público um produto atraente, digno de seus investimentos. Se considerarmos então, o esporte como produto a ser consumido, todo o investimento em busca de novas marcas e recordes, além do assédio da mídia, patrocinadores e espectadores se justifica. Afinal, todos querem consumir o que há de melhor.
No entanto, quando olhamos esse fenômeno com um pouco mais de cuidado, podemos perceber que as equipes esportivas tratam-se, em primeira mão, de grupamentos humanos. Isso significa que suas estruturas não estão amparadas somente em variáveis físicas, técnicas e táticas. Os grupos esportivos funcionam como micro-sistemas que têm estrutura e dinâmica própria, ou seja, padrões de comportamentos coletivos (Simões & Cols., 1998).
Nas equipes esportivas podemos perceber uma das mais expressivas manifestações de interação em busca de um objetivo comum. O sucesso desses grupos depende de um mecanismo que oriente e coordene os esforços da equipe na direção de seu objetivo (Rubio, 2003). Esse mecanismo é denominado liderança.
O exercício da liderança não é conferido a qualquer membro do grupo. O líder, segundo Smulski (2002), deve ser mais que um mero integrante da equipe, ele deve ser visto pelos demais membros como tendo incorporado os valores centrais do grupo.
Para tanto, é fundamental que um líder aceite as normas, as tradições e compreenda as metas e objetivos da equipe. Os integrantes do grupo escolhem o líder e função de perceberem nele a capacidade de satisfazer as suas necessidades (Samulski, 2002).
Quando o líder prioriza suas metas pessoais e negligencia os valores da equipe, a relação com seus liderados torna-se conflituosa. Na maioria desses casos o líder se impõe pela força e sua liderança não é legitimada pelo grupo.
Por isso, uma das características fundamentais a um líder eficaz é o exercício da empatia. Entende-se por empatia a capacidade de entender as percepções, pensamentos e sentimentos de outras pessoas (Samulski,2002).
Portanto, um líder capaz de perceber as sensações de seu grupo possui maiores possibilidades de intervenção. Pode planejar suas ações baseado nas necessidades e interesses de seus atletas. Alguns autores como Samulski, (2002) definem dois tipos de liderança, a saber: liderança autoritária e liderança democrática. No estilo autoritário, a determinação dos objetivos a serem atingidos é conferida exclusivamente ao líder. Os liderados são excluídos do processo de elaboração das metas e não participam de discussões. O líder concentra todas as decisões em sua pessoa. Ele detém o poder absoluto.
No estilo democrático, o líder estimula o grupo a colocar os problemas em discussão. Ele sugere alternativas e ofereça ajuda. Nesse tipo de liderança, existe um interesse na distribuição de responsabilidades.
Outros autores como Rubio, apontam estudos baseados na escala LSS (Chelladurai & Saleh, 1980), que se concentram na satisfação e no rendimento dos atletas com relação ao estilo de liderança.
A escala apresenta quatro dimensões de liderança. A primeira caracteriza-se por uma conduta orientada para o relacionamento. O treinador se preocupa com as relações interpessoais, com o bem-estar dos atletas e com uma atmosfera positiva. A segunda dimensão caracteriza-se por uma conduta orientada para a tarefa. Nesse sistema, o treinador prioriza o rendimento. Os atletas são orientados a aperfeiçoarem suas habilidades técnicas, táticas e físicas. A terceira e a quarta dimensões tratam-se das condutas autocráticas e democráticas, já explicitadas anteriormente.
Samulski, (2002) enuncia alguns elementos básicos para o desenvolvimento de uma liderança eficaz: empatia, escutar ativamente, técnicas de comunicação, flexibilidade na liderança, técnicas de feedback e suporte social, técnicas de solução de problemas e delegação de tarefas.
Considerando-se que os grupos têm estrutura e dinâmica própria, podemos afirmar que os estilos de liderança são mais ou menos eficazes de acordo com o padrão de funcionalidade de cada equipe. Cabe ao líder perceber que estilo de liderança é mais adequado à sua equipe.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SAMULSKI, D. Psicologia do Esporte. Barueri: Manole, 2002.
RUBIO, K. Estrutura e dinâmica dos grupos esportivos In: Psicologia do Esporte: teoria e prática. 1ª e. São Paulo: Cãs do Psicólogo, 2003.
SIMÕES, A.; RODRIGUES,A.;CARVALHO,D. Liderança e as forças que impulsionam a conduta de técnico e atletas de futebol, em convívio grupal. Revista Paulista Educação Física. São Paulo, 12(2):134-44, jul./dez.1998.

Um comentário: