Flamengo Campeão

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Com mais de duas décadas de prática ininterrupta, o serviço de Psicologia do Clube de Regatas do Flamengo é um dos mais tradicionais do Brasil no trabalho psicológico com atletas de futebol. Ao longo dessa jornada, vem contribuindo efetivamente na formação de vários jogadores de destaque no futebol nacional e internacional. O trabalho dos psicólogos e estagiários de psicologia oferece acompanhamento e preparação psicológica a todas categorias do futebol, desde o mirim até o profissional. Há algum tempo também funciona no futsal, da categoria infantil até o adulto. O Serviço de Psicologia do Flamengo atende hoje a psicólogos e estudantes de psicologia do Brasil inteiro com instruções, referências e consultoria no trato desta área apaixonante. Aqui nesse espaço virtual você encontrará textos, artigos, notícias, blibliografia,dicas e reflexões, tudo para ajudar a psicologia do esporte nacional a alcançar o patamar que merece junto às ciências do esporte

Texto do Psicólogo Paulo Ribeiro a treinadores, dirigentes e demais profissionais que trabalham com o esporte


Tantas são as frases que por vezes ate me pego rindo sozinho. Ai seguem alguns exemplos: "Temos que mexer com o psicológico dos jogadores", "É hora de trabalhar a parte psicológica dos atletas", " Nesse momento a parte psicologica conta muito", "O emocional fez a diferença nesse jogo", "Os atletas sentiram a pressão emocional" e outras tantas pérolas ditas por treinadores de nome no cenario esportivo nacional. Cabe uma perguntinha que não quer calar: Como é que se mexe na parte psicologica de um jogador? Tem algum novo aparelho para tal? Em que hora se deve trabalhar a parte psicológica? Em que momento que a parte psicológica conta de fato em um atleta? Essas frases me assustam e me fazem refletir sobre essa palavra "parte". Será que de fato dá para dissociar o mental do físico? Ou tudo que aprendi até então sobre fisiologia está equivocado? Será mesmo que ainda existem treinadores que acreditam que estão "mexendo no psicológico" somente em determinados momentos de uma competição? Pasmem, mas ainda é uma verdade. Não fosse isso, os consultores de melhoria de performance, os engenheiros motivacionais e os personal emotions estariam com certeza fazendo outra coisa da vida. E o pior é que não estão. Eles ainda "ajudam" treinadores e dirigentes a mexer no psicológico. É patético! Sem falar nos treinadores que insistem em ter um tal perfil psicológico dos jogadores como se isso fosse a única coisa que um psicólogo do esporte pudesse fazer. Em vez disso, esses treinadores deveriam ter no psicólogo um aliado, um consultor, uma pessoa que lhe ajudasse no planejamento e nas estratégias para enfrentar as dificuldades que um grupo de pelo menos 25 pessoas necessita para estar saudável , para estar ligado nos objetivos, nas metas e, mais ainda, para embarcar com ele (treinador) num caminho de confiança mútua, de alicerces fortes para suportar as pressões que certamente estarão muito fortes sobre o trabalho ao longo da temporada. Ao invés disso, eles preferem continuar a mexer no emocional em horas pré-determinadas. Como se de fato mexer no emocional fosse possível somente em alguns momentos. O emocional esta presente a todo instante. Está presente na relação com a comissão técnica, com os dirigentes, com a torcida e com o compromisso que se trava na longa disputa por um titulo. O emocional não é um lugar, é um estado de espírito que depende de harmonia, de confiança, de troca, de amizade, de pertencimento, de pensamento, de crenças e de engajamento num projeto em que estão inseridos seres humanos que tem vaidades, peculiaridades e emoções desconhecidas que precisam de treinamento e de trabalho para se tornarem úteis e positivas.
Convenhamos meus amigos que todo movimento existe em função de uma nascente psicológica. Portanto, essas frases somente cabem naqueles que de uma forma ou de outra ainda insistem em negar a vertente da psicologia na constituição e construção de um atleta. Mais ainda, determinados treinadores temem por sua sobrevivência caso estejam com um psicólogo do esporte em sua comissão técnica justamente por desconhecerem esses preceitos que regem a base da atividade humana no desporto. Sonho com um momento onde não mais haverá tanto desconhecimento acerca da psicologia do esporte e de seus alicerces ligados à pratica da atividade esportiva regida pelas correntes psicofisiologicas do corpo humano. Mas para que esse sonho aconteça, os colegas psicólogos também devem ajudar saindo do campo do abstrato e partindo para um patamar onde se mostre a necessidade de corrigir emoções distorcidas e viciadas através da pratica da neurociência. Pensem nisso!

Paulo Ribeiro
Psicólogo Futebol Profissional do Flamengo
Chefe do Depto de Psicologia
Conselho Científico da Associacao Brasileira de Stress

Um comentário:

Leandro Rocha disse...

Bom estou escrevendo esta mensagem sem ter a certeza de que ela chegara ao seu destino, contudo vivi ontem (11/12/2008) uma experiência que acredito que não deva ficar guardada apenas comigo, como não achei outra forma de entrar em contato resolvi escrever este e-mail. Então vamos aos fatos, me chamo Leandro tenho 25 anos e moro em Vila Velha no Espírito Santo, sou flamenguista desde que me entendo por gente, já tive vários ídolos que passaram por esse esplendoroso clube, como o próprio grito da torcida diz o Flamengo é time de Raça amor e paixão, então eu acabo por me identificar mais com jogadores que tem espírito aguerrido em campo, na atual geração do Flamengo temos vários jogadores com essas características, mais dentre eles, pelos acontecidos vivenciados por mim, um merece imenso destaque, não que os outros não mereçam, mais não tive a oportunidade de presenciar o que presenciei com este jogador, seu nome Ibson. Seu talento com a bola é inquestionável, agora o respeito e carinho que ele tem com o torcedor flamenguista é uma coisa impressionante, posso afirmar isso com veemência, pois na data de ontem estava no meu trabalho, um hospital particular de vila velha, quando pelos corredores do hospital ouvi a noticia de que Ibson estava nas dependências do local, acompanhando sua esposa e seu filho que estava passando mal, meio que incrédulo fui conferir se era verdade, para minha surpresa realmente era eu estava ali vendo na minha frente um dos melhores jogadores do atual elenco do flamengo, num primeiro instante quase que instintivamente, tive meu ataque de torcedor e fui pedir para tirar uma foto com um dos meus ídolos, o qual me atendeu muito prontamente e educadamente, numa simplicidade que não tem como descrever, passado o frisson do momento pedi muitas desculpas, afinal não era a melhor hora para eu ter um ataque de fã, contudo a noticia que Ibson estava no prédio se espalhou muito rápido e varias pessoas foram tietar o jogador, que estava visivelmente preocupado com a situação do seu filho, mais em nenhum momento deixou de dar atenção a quem lhe procurava, vendo aquela cena fiquei numa mistura de remorso, por ter esquecido que ali na minha frente tinha um ser humano e acima de tudo um pai, com admiração pelo jogador, pois achei seu gesto de imensa nobreza pois ele mesmo angustiado com o estado de saúde do seu filho não faltou em nenhum momento com respeito aos torcedores do local, pelo contrario foi sempre muito esmerado com todos, qualidades que foram ressaltadas por todos que tiveram contato com ele. Bom ao Ibson, caso essa mensagem chegue ate seu conhecimento quero pedir mais uma vez mil desculpas e espero que entenda que num pais como o nosso cheio de tristezas e mazelas quando estamos na presença de um ídolo tudo desaparece mesmo que seja por um instante, para quem é flamenguista como eu ver um jogador de perto é algo sem explicação, algo tão extraordinário que por momentos esquecemos que estamos diante de um ser humano, pai, feito de carne osso como todos nos e não semi-deuses como muitas vezes idealizamos, espero que seu filho esteja melhor, desejo muita saúde a você sua família e muitas alegrias e sucesso nessa vida pois você merece. A instituição Flamengo e aos flamenguistas gostaria de complementar o hino que hoje mais cantamos nos estádios, pois somos sim um “time de tradição, raça, amor, paixão” que é formado por homens e muitos deles respeitam a camisa que vestem e tem noção do papel que representa essa imensa e apaixonada nação, um deles como afirmei no inicio é o Ibson, o qual espero que possa nos dar ainda muitas alegrias e que permaneça no nosso elenco no ano de 2009.
Bem, despeço-me de quem possa ter lido essa mensagem desejando boas festas em um ano novo cheio de realizações e principalmente títulos.